Como aplicar práticas sustentáveis a fim de alavancar os negócios
No mercado, a preocupação com o meio ambiente e o impacto social está cada vez mais relevante. No entanto, o conceito de sustentabilidade vai além das questões ambientais.
A sigla ESG, que traduzida para a Língua Portuguesa significa Governança ambiental, social e corporativa, está em alta porque integra foco na geração de valor financeiro e impactos ambientais, sociais e de governança corporativa.
E o que impulsiona essas discussões e mudanças reais de postura corporativa é o próprio consumidor. Quem compra, no geral, tem reavaliado questões como consumo desenfreado e posicionamento de marcas que não condizem mais com a realidade.
“Foi-se o tempo que isto era uma diferenciação ou uma questão de posicionamento em algum nicho de mercado. Passamos a ter estas premissas sustentáveis como condicionantes para sua existência”, explica o analista em Competitividade do Sebrae Nacional, Ludovico Welmann.
Welmann ainda reforça que “por isso, é importante que empresas comuniquem isto de forma clara e transparente, com ações de fato implementadas, sem falas ideológicas ou propagandas pontuais, mas com foco na governança e resultados efetivos para o negócio e para sociedade”.
Sustentabilidade corporativa na prática
Entre as iniciativas promissoras e que vêm ganhando força estão a economia circular, a melhoria de produtividade, a mitigação de impactos ambientais e a busca por certificações (IGs, Selos, Inspeção, Legalização).
Além disso, inovação nos processos de gestão, amplificação dos canais de venda, redução de custos e desperdícios, diversificação de renda e receitas, design e melhoria de produtos e embalagens e acesso ao crédito responsável também ganham destaque.
“Esses exemplos são ações efetivas e devem fazer parte do planejamento estratégico dos negócios“, explica Ludovico.
O analista ainda completa que “as empresas estão sob olhar dos investidores, que analisam como o negócio realiza de fato as premissas consideradas fundamentais. Isto é, atividades econômicas responsáveis, com princípios de valor, ética, diversidade, pluralidade, e governança. Trata-se de uma nova forma de medir o desempenho de uma organização.“
Confira quatro benefícios claros que uma empresa ganha ao adotar uma postura mais sustentável:
Valor de marca
Para se manter no mercado, é preciso construir uma boa imagem e ser sustentável pode ser um dos fatores valorizados na situação atual.
Por isso, iniciativas reais e efetivas ajudam as empresas a se tornarem mais conhecidas para consumidores que estão familiarizados com uma seleção de marcas que ofereça mais do que simples produtos e sejam totalmente transparentes em relação aos processos de produção.
Profissionais muito mais motivados
Pessoas que sentem que fazem parte de algo de valor e que possuem atividades diárias e entrelaçadas com grandes mudanças na sociedade trabalham melhor. Isso impacta na produtividade e no relacionamento com o público e outros setores.
Processos eficientes e, consequentemente, redução de custos
Muitas vezes, é difícil se dar conta de que hábitos simples são prejudiciais e ações corriqueiras como imprimir muito papel e não apagar as luzes podem atrapalhar, e muito, os planos sustentáveis de uma empresa. São essas pequenas ações que, se reavaliadas, podem trazer um grande impacto para a marca e o meio ambiente.
Por isso, algumas reduções e mudanças precisam ser feitas para melhorar o uso de recursos naturais e produtivos.
Novas gerações conquistadas
Existem vários fatores que estão mudando a forma como as pessoas interagem com as marcas. A Geração Z e a Geração Y estão mais preocupadas com a sustentabilidade do que suas antecessoras.
Eles agora esperam que as empresas façam mais pela sociedade e levam isso em consideração ao escolher os produtos para comprar. Mais adequação com os novos públicos, mais vendas.
Por fim, independentemente do porte, perfil ou segmento, essa adequação cultural e estrutural vem do mercado. Uns mais rápidos, outros mais lentos.
“O que é certo é que todos ainda serão impactados e obrigados a se adaptarem a esta nova realidade“, finaliza Welmann.
Fonte: Exame